Quantificação da Inativação da Ocratoxina A pela Radiação Gama. Um Exemplo do Potencial da Radiação Ionizante na Descontaminação de Agentes Químicos
Palavras-chave:
Radiação gama, ocratoxina A, cromatografia líquida de alta eficiência, espectrometria de massas, descontaminação química.Resumo
A ocratoxina A (OTA) é uma toxina produzida por fungos em alimentos que podem provocar danos aos homens e animais como, por exemplo, a indução de câncer. Por isso, é necessário reduzir o conteúdo de OTA nos alimentos. A irradiação é uma técnica de beneficiamento que consiste na exposição de produtos a ação de radiações ionizantes. A radiação ionizante também pode agir na inativação de toxinas, degradando-as pela formação de produtos radiolíticos. O presente estudo teve por objetivo verificar a ação de doses de 1, 3 e 5 kGy na inativação da OTA em soluções modelo. Para quantificar a redução do conteúdo de toxina nas amostras testadas foram utilizadas técnicas cromatográficas e os dados obtidos foram submetidos a tratamento estatístico. Foram também investigados os possíveis produtos radiolíticos caracterizados por espectrometria de massas de alta resolução com ionização por eletrospray. Os resultados revelam que a radiação ionizante tem potencial para reduzir a toxidez de produtos contaminados com OTA com considerável inativação desta toxina a partir da menor dose aplicada (1kGy). Verificou-se que os principais radiólitos são obtidos pela quebra oxidativa de ligações, preferencialmente nas ramificações. A identificação dos principais produtos radiolíticos revela que os mesmos são menos tóxicos que os originais. Sendo assim, a aplicação da radiação ionizante se apresenta como uma alternativa viável para a neutralização de toxinas, com aplicação direta na descontaminação química.
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