As áreas contaminadas são um legado da Grande Aceleração no Antropoceno

Autores

Palavras-chave:

Poluição, Antropoceno, Grande Aceleração.

Resumo

A União Internacional de Ciências Geológicas ratificou em 2018 a subdivisão do Holoceno e a Idade Meghalayan foi reconhecida oficialmente como a atual unidade de tempo geológica da Terra. Contudo, a proposta para a formalização do Antropoceno como Época geológica ainda está em avaliação e possui como uma das bases conceituais de sustentação epistemológica o período post 1950 conhecido como “A Grande Aceleração”, no qual houve um aumento exponencial do uso de energia e no crescimento populacional global. O vertiginoso aumento da urbanização, associado ao avanço tecnológico evidenciado na “Grande Aceleração” impulsionaram o setor produtivo a inovar seus processos na busca por novos materiais e produtos químicos em larga escala. Porém, a inexistência de mecanismos de controle apropriados proporcionou às atividades antrópicas a geração de significativos impactos negativos em escala mundial, ameaçando os processos vitais do Sistema Terra. A poluição química se constituiu em um dos nove Limites Planetários que delimitam um “espaço operacionalmente seguro para a humanidade”. Logo, faz-se necessário o desenvolvimento de medidas institucionais que coíbam a poluição química e que remediem as áreas contaminadas quando forem identificadas. Neste contexto, este artigo tem como objetivo avaliar a evolução do Cadastro de Áreas Contaminadas do Estado do Rio de Janeiro. Foi observado que os postos de serviços e combustíveis são as atividades mais poluentes e responsáveis por aproximadamente 60% das áreas contaminadas do estado. Além disso, a poluição por metais predomina sobre os demais tipos de contaminantes e as cidades que possuem mais áreas contaminadas são: Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Volta Redonda. Finalmente, os bronwfields e indústrias desativadas são responsáveis por mais de 60% das áreas industriais contaminadas. As áreas contaminadas do estado do Rio de Janeiro refletem o estilo de vida e padrão de consumo adotado pela sociedade urbana e constituem-se em um legado da “Grande Aceleração” no Antropoceno.

Biografia do Autor

Ricardo Soares, Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

Possui Graduação em Química Industrial pela UFF; Licenciatura Plena em Química pela Universo; Mestrado e Doutorado em Geociências (Geoquímica Ambiental) pela UFF, tendo sido premiado com a "Bolsa Nota 10 - Doutorado" pela FAPERJ. Iniciou Pós-Doutorado junto ao Instituto de Química da UFRJ, tendo sido agraciado com a "Bolsa Nota 10 - Pós-Doutorado", mas interrompeu para assumir o cargo de Analista Ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Foi Professor do Departamento de Química da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ, atuando nas disciplinas do setor de Química Analítica e Ambiental; foi Professor de Química do Instituto Federal do Rio de Janeiro ? IFRJ; foi professor dos cursos técnicos de Meio Ambiente e de Petróleo & Gás da Index Cursos Profissionais, ministrando as disciplinas: Resíduos Sólidos e Introdução ao Meio Ambiente. Atuou em consultorias técnicas especializadas nas áreas de resíduos sólidos e gestão ambiental, tanto para a iniciativa privada quanto para o setor público. Adicionalmente, foi Pesquisador em Química Analítica e Ambiental no Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). EM 2014 assumiu o cargo de Químico Industrial no INEA, sendo imediatamente convidado a assumir o Cargo de Chefe de Serviço Saneamento (SESAN) na Gerência de Licenciamento de Atividades de Saneamento e Resíduos (GELSAR - INEA). Atualmente é autor de artigos científicos e revisor de periódicos internacionais; Químico Industrial na Coordenadoria de Acompanhamento dos Instrumentos de Licenciamento Ambiental (CILAM) do INEA; Professor do Curso de MBA em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Veiga de Almeida - UVA. Tem experiência nas áreas de Química Analítica, Química Ambiental, Geoquímica Ambiental, Planejamento e Gestão Ambiental, com ênfase em: determinação de estoques de carbono e nitrogênio em solos (Matéria Orgânica do Solo); Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa; Verificação de Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa; Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU); Gestão de Resíduos da Construção Civil (RCC); Monitoramento Ambiental; Análise de Elementos Potencialmente Tóxicos; Gerenciamento de Áreas Contaminadas; Gerenciamento de Material a ser Dragado; Poluição e Contaminação de compartimentos aquáticos e terrestres.

 

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Publicado

29-06-2020