A Ecologia Química e a Biossíntese dos Terpenos Voláteis das “Arnicas-da-Serra” (Lychnophora spp.)

Autores

  • Daniel P. Pavarini Universidade Estadual Paulista
  • Norberto P. Lopes Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Arnica-da-serra, terpenos bioativos, biossintese, ciências “omics”.

Resumo

O gênero Lychnophora (Vernonieae: Asteraceae) apresenta plantas endêmicas dos  “campos rupestres”, habitat frágil que floresce em meio ao bioma Cerrado, ameaçado pela ação antrópica. Extratos de folhas de Lychnophora ericoides (“Arnica-da-serra”) são recorrentemente usados como “fitoterápico” a despeito de registro perante os órgãos competentes. Extratos hidroalcoólicos são utilizados como analgésico e anti-inflamatório. Os óleos essenciais de folhas são ricos em sesquiterpenos com predominância dos derivados com esqueleto carbônicos do tipo bisabolano, cadinano e cariofilano. Dentre as atividades biológicas dos óleos essenciais de L. ericoides destacam-se a inibição do desenvolvimento de ácaros e o efeito anti-hipernociceptivo de um constituinte majoritário do óleo, o orto-acetoxi bisabolol, em modelos in vitro utilizando macrófagos de Ratus malus. Esta última atividade corrobora o uso popular. Os terpenos são uma das maiores classes de produtos naturais com valor comercial na indústria farmacêutica e cosmética e, portanto alvo constante de pesquisas. Estes estudos sobre o metabolismo revelam que as terpeno sintases (TerpS), que são as enzimas responsáveis pela sua biossíntese, são alvo de pesquisas na área de plant science e bioquímica. A identificação das TerpS resultam frequentemente em conclusões de hipóteses com impactos diversos. Os conceitos fundamentais em fenômenos de variabilidade temporal da produção de terpenos em espécies selvagens, assim como os avanços na direção da produção de metabolitos secundários por técnicas de bioengenharia, são dois exemplos destes impactos. A presente revisão tem de prover ao leitor uma visão geral sobre a fitoquímica da fração volátil de folhas de Lychnophora spp., com enfoque em aspectos ecológicos e farmacêuticos. Não obstante, intencionamos oferecer uma introdução aos aspectos dinâmicos da biossíntese destes terpenos em Asteraceae (syn. Compositae).

 

DOI: 10.5935/1984-6835.20160016

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Publicado

29-01-2016