Copaifera reticulata: caracterização química e atividade bactericida frente à patógenos de alimentos

Autores

  • Deiziane Gomes dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Vinicius Silva Castro Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Carlos Adam Conte Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro http://orcid.org/0000-0001-6133-5080
  • Angelo da Cunha Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Thais Matsue Uekane Universidade Federal Fluminense
  • Claudia Moraes Rezende Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0003-2710-5702

Palavras-chave:

Copaifera reticulata, diterpenos, atividade antibacteriana

Resumo

O óleo-resina da espécie Copaifera é considerado um dos produtos naturais mais importantes para os povos indígenas da Região Amazônica e seu uso é amplamente difundido devido às diversas propriedades farmacológicas. O intuito desse trabalho foi realizar a caracterização química, o isolamento dos constituintes e a avaliação da atividade antibacteriana do óleo-resina de C. reticulata com ênfase nos diterpenos ácidos, tendo como foco o teste em bactérias que provocam doenças de origem alimentar. O óleo-resina de C. reticulata foi fracionado por cromatografia em coluna de gel de sílica impregnada com KOH para obtenção dos hidrocarbonetos sesquiterpênicos, sesquiterpenos oxigenados e ácidos diterpênicos. Por CLAE preparativa, foram isolados o ácido copálico, ácido agático, ácido poliáltico e ácido 3-hidróxicopálico, caracterizados por técnicas espectroscópicas. Para avaliação da atividade antibacteriana do óleo-resina bruto de C. reticulata e das três classes de metabólitos foram utilizadas bactérias gram-negativas (Salmonella enterica serovar Typhimurium e Escherichia coli) e gram-positivas (Listeria monocytogenes e Staphylococcus aureus). Foi observada uma maior atividade dos ácidos diterpênicos para as bactérias gram-positivas, onde no teste de antibiograma foi observado um halo de inibição de 10 mm para S. aureus. Na avaliação da concentração inibitória mínina (CIM) foi obtido um valor de CIM de 20 mg/mL para L. monocytogenes e 6.250 mg/mL para S. aureus. Já para os ácidos diterpênicos isolados, na avaliação da atividade antibacteriana para L. monocytogenes, o ácido agático apresentou um valor de CIM de 15 mg/mL e o ácido copálico 4 mg/mL, sendo esse último resultado semelhante ao valor de CIM encontrado para o controle, o que reforça que o ácido copálico é uma substância promissora para o uso como antibiótico. Para S. aureus a substância mais ativa foi o ácido copálico, com CIM de 15 mg/mL.

Publicado

30-04-2020