Identificação e Atividade Sacarificante da Flora Microbiana Selvagem Empregada na Fabricação da Tiquira

Autores

  • Cicero Wellington Brito Bezerra UFMA

Palavras-chave:

Starch, Saccharification, filamentous fungi, tiquira.

Resumo

Tiquira é uma bebida alcoólica destilada e preparada a partir da sacarificação e posterior fermentação da mandioca. Os processos de sacarificação e fermentação são realizados por micro-organismos que se desenvolvem naturalmente nos beijus expostos ao meio ambiente. O crescimento desses micro-organismos ocorre por um período aproximado de 8 dias e, como são diversas as linhagens coletadas, o rendimento do processo bem como a qualidade do destilado ficam comprometidos (verificar plural). O objetivo deste trabalho é, portanto, o de contribuir para a obtenção de uma maior qualidade da aguardente de mandioca (Tiquira) produzida no estado do Maranhão através da identificação e seleção dos melhores micro-organismos sacarificantes e fermentativos empregados no processo artesanal. As cepas selecionadas foram submetidas a estudos, onde identificamos a presença de fungos filamentosos, bactérias e uma levedura. Foram identificadas 3 (três) espécies de fungos filamentosos: Aspergillus niger, Aspergillus flavus e Rhizopus oryzae, os quais foram testados perante o seu poder de esporulação em diferentes meios de cultura a 30oC, tendo o meio SDA (Saboroud Dextrose Ágar) fornecido a melhor composição para a obtenção do crescimento dos fungos mais rapidamente. As amostras de R. oryzae, A. niger, A. flavus e a mistura destes esporos, que previamente mostraram ser melhores produtoras enzimáticas, foram selecionadas para testes de sacarificação do amido para avaliar e confirmar a capacidade de conversão à glicose. A cepa R. oryzae alcançou um valor de conversão de 78,02% em média utilizando-se uma temperatura padrão de 30oC, quantidade de esporos 5,5 x 107, pH 5 e 50g/l de amido solúvel, obtendo o maior rendimento de sacarificação, seguida pelo A. flavus 71,55% , A. niger 57,17% e mistura dos esporos 48,02%. Portanto, evidencia-se que a utilização de micro-organismos filamentosos autóctones torna-se uma opção para uso em sacarificação de amostras amiláceas.

Publicado

08-01-2020