Simulação das trajetórias de poluentes em eventos naturais e antropogênicos

Autores

  • Cleyton M. da Silva Universidade Veiga de Almeida

Resumo

Diversas evidências suportam a ideia de que o Homo sapiens tem se transformado em uma força geológica, capaz de introduzir mudanças que afetam não apenas sua própria vida, mas a vida de todas as espécies sobre a Terra e sobre o equilíbrio dos processos químicos e biológicos. Atualmente alguns eventos antropogênicos, como acidentes em fábricas e plantas industriais de geração de energia, especialmente a nuclear, podem liberar grandes quantidades de poluentes e afetar a vida sobre a Terra em forma semelhante a processos naturais, como erupções vulcânicas. Neste trabalho é apresentado o modelo de trajetórias HYSPLIT (Hybrid Singled-Particle Lagrangian Integrated Trajectory), de fácil implementação, para simular as trajetórias de massas de ar. Como estudo de caso, são discutidos um evento natural, a erupção do vulcão Puyehue (Chile) e um incêndio na região portuária de Guarujá (SP, Brasil). A erupção do vulcão se iniciou no dia 04 de junho de 2011 e as cinzas atingiram inicialmente a região de Bariloche e Villa La Angostura (Argentina) e posteriormente o norte da Patagônia, chegando a Buenos Aires (Argentina) e posteriormente a Uruguai, Paraguai, Bolívia e o sul de Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina). O incêndio no Guarujá aconteceu durante 37 horas e se iniciou em um terminal de cargas do porto no dia 14 de janeiro de 2016. Os gases tóxicos afetaram a área do acidente (Distrito de Vicente de Carvalho na cidade de Guarujá, SP), se espalhando por Guarujá e chegando a Santos e Cubatão. O modelo HYSPLIT permitiu reproduzir a trajetória das massas de ar em um bom acordo com os dados disponíveis sobre ambos os eventos. O trabalho mostra que o programa, que pode ser utilizado online, fornece resultados satisfatórios, compatíveis com imagens de satélite e informações de agências meteorológicas e de qualidade do ar, tanto para desastres naturais, como erupções vulcânicas e queimadas em florestas, quanto para acidentes industriais, como aqueles em usinas nucleares e incêndios em fábricas

Publicado

25-01-2019