Complexos Ativados por Hipóxia: uma Estratégia para o Combate ao Câncer

Autores

  • Francisco L. S. Bustamante Universidade Federal Fluminense
  • Elizabeth T. Souza Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Mauricio Lanznaster Universidade Federal Fluminense
  • Marciela Scarpellini Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

hipóxia, câncer, pró-droga ativada por hipóxia, complexos, antitumorais

Resumo

Em 2005, o câncer foi a causa mortis de 13% do total de óbitos mundiais. Atualmente, os dois principais tratamentos para a doença são a químio e a radioterapia, que não têm se mostrado totalmente eficientes, devido à existência de determinadas regiões no tumor constituídas por células em hipóxia. Nestas regiões, a vascularização é baixa e a pressão parcial de oxigênio é de 5-10 mmHg, o que limita a concentração do fármaco que atinge a região e a geração de radicais pela radioterapia. Embora as células em hipóxia representem um obstáculo terapêutico, elas também têm grande potencial para o desenvolvimento de novos fármacos seletivos (as pró-drogas ativadas por hipóxia – PDAHs).  Como a presença de células em hipóxia é característica de tumores sólidos, e geralmente não ocorre em tecidos normais, tais células tornaram-se o alvo de novos tratamentos. A baixa concentração de oxigênio nas regiões em hipóxia faz com que estas tenham características redutoras, sendo a redução da pró-droga a responsável pela geração das espécies citotóxicas que matam o tumor de dentro para fora. Três propriedades são fundamentais para o sucesso da atividade das PDAHs: (i) solubilidade e difusibilidade adequadas, (ii) redução a espécies reativas somente nas regiões celulares em hipóxia e (iii) atividade apenas das espécies reduzidas. Com este objetivo, algumas classes de substâncias têm sido estudadas, entre elas os nitroaromáticos, nitroimidazóis, N-óxidos-benzotriazinas e complexos com metais da primeira série de transição contendo ligantes polinitrogenados, aminonaftoquinonas e hidroxiquinolinas, além de complexos de rutênio e platina. Complexos de cobalto têm sido muito estudados como PDAHs devido ao fato de este metal apresentar um estado de oxidação inerte (+3) e um estado lábil (+2). Assim, complexos de Co(III) não devem ser ativos, servindo como carregadores e desativantes do agente anticâncer, porém quando reduzidos a Co(II) nos ambientes em hipóxia devem liberar o fármaco seletivamente. Nesta revisão abordam-se principalmente os avanços nos estudos de complexos de Co(III).

 

DOI: 10.5935/1984-6835.20090016

Biografia do Autor

Francisco L. S. Bustamante, Universidade Federal Fluminense

Departamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense, 24020-150 Niterói, RJ, Brasil.

Elizabeth T. Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Departamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21945-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Mauricio Lanznaster, Universidade Federal Fluminense

Departamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense, 24020-150 Niterói, RJ, Brasil.

Marciela Scarpellini, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Departamento de Química Inorgânica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21945-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

29-03-2009