Bagaço de Cana-de-Açúcar como Fonte de Glicose: Pré-tratamento Corona

Autores

  • Maria Lucia Bianchi Universidade Federal de Lavras

Palavras-chave:

Material Lignocelulósico, Etanol, Celulose.

Resumo

Os materiais lignocelulósicos possuem uma natureza polimérica bastante complexa, assim, para que a reação de hidrólise desses materiais seja efetiva e obtenha-se alto rendimento em glicose é necessário, antes da reação, um pré-tratamento do material. Nesse trabalho o pré-tratamento corona (descarga elétrica) foi aplicado em três materiais (celulose micro cristalina, polpa celulósica e bagaço de cana-de-açúcar) e, posteriormente, o efeito desse pré-tratamento em diferentes propriedades dos materiais foi avaliado. Para isso o corona foi aplicado nos materiais em três diferentes tempos de exposição (2, 6 e 10 minutos). Análises de cristalinidade via dados de difratometria de raios X mostraram um aumento considerável desse índice nas amostras de bagaço de cana-de-açúcar após o pré-tratamento. Não houve modificação da acidez dos materiais com o pré-tratamento. Testes de adsorção de corantes catiônicos e aniônicos nos materiais pré-tratados indicam que a superfície do bagaço de cana-de-açúcar é carregada negativamente. A quantidade de azul de metileno adsorvido nos materiais diminuiu com o aumento do tempo de exposição ao pré-tratamento corona (PT-C). Os produtos das reações de hidrólise ácida dos materiais pré-tratados e não pré-tratados foram avaliados em relação à quantidade de açúcares redutores totais (ART). Houve ligeira diminuição na conversão em açúcares redutores totais (ART) após o pré-tratamento corona (PT-C), principalmente na amostra de bagaço de cana-de-açúcar (BC). Por outro lado, análises de HPLC dos produtos das reações de hidrólise mostraram que maiores rendimentos em glicose (matéria-prima de interesse para produção de etanol de segunda geração) foram obtidos a partir do BC pré-tratado.

Publicado

24-11-2016