Extração, caracterização e purificação parcial da pectina liase do albedo de Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.

Autores

  • Jéssica Casagrande Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Agnes Thiane Pereira Machado Universidade Estadual de Ponta Grossa
  • Márcio Silva Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Maria Helene Giovanetti Canteri Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Palavras-chave:

Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg, Pectina liase, Ensaio Enzimático, Purificação.

Resumo

A Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg (maracujá amarelo) é um fruto amplamente cultivado, consumido e industrializado no Brasil, principalmente na produção de sucos. A casca do maracujá é constituída essencialmente pelo mesocarpo (albedo), rico em pectina e por isso poderia ser utilizada em processos industriais, mas devido a presença da ação de enzimas pectinolíticas, como a pectina liase (PL), a casca fica sem valor nutricional. Neste contexto o presente trabalho visa a extração, caracterização enzimática e purificação parcial da PL a partir do albedo de Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg. Os ensaios abrangeram as etapas de: preparo da amostra por meio do isolamento do albedo, protocolo de extração enzimática, caracterização da faixa de pH mais adequada, concentração do extrato (20 g L-1; 35 g L-1 e 70 g L-1), precipitação com etanol (30% e 60%), cromatografia de troca iônica, análise eletroforética e teste de atividade final com a PL parcialmente purificada. Após preparo da amostra e extração enzimática, a PL promoveu maior queda de viscosidade cinemática na pectina de alto grau de metoxilação (AGM), selecionada para as demais etapas. Quando concentrada, sua atividade intensificou-se, promovendo 53,7% de queda de viscosidade cinemática em concentração de 70 g L-1 após 72 h. O pH 5.5 e a temperatura de 45 ºC foram estimados como ótimos de atividade para PL. Por meio do teste espectrofotométrico, foram obtidos valores de atividade de 547.3 U g-1 e 9121.2 nkat g-1. Após a precipitação, foi obtida atividade na concentração de álcool 30%, com atividade de 680.0 U g-1 e 11333.3 em nkat g-1. Em cromatografia aniônica foi observado um máximo de absorbância correspondente a 0.8 mg mL-1 de concentração proteica. Análises comparativas da proteína parcialmente purificada com proteína de massa molar padrão apontaram a presença de proteína com aproximadamente 35 kDa, condizente com a massa molar esperada para a PL, na fração parcialmente purificada por cromatografia. A atividade enzimática, pós cromatografia, foi ainda maior com valores de 925.5 U g-1 e de 15424.2 nkat g-1. Esses resultados confirmaram a presença da enzima pectina liase no albedo de maracujá e permitiram estabelecer um protocolo para sua purificação parcial.

Biografia do Autor

Jéssica Casagrande, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Ciência e Tecnologia em Alimentos

Área: Enzimologia

Publicado

13-01-2018